quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Preceitos para se viver uma Vida Feliz

Epicuro nasceu em Atenas em 341 a.C. e morreu em 270 a.C.

1 - O prazer é o principio e o fim da vida feliz.
A quem não basta pouco, nada basta.
O limite dos prazeres é a eliminação de toda dor.

2 - Quem menos sente a necessidade do amanhã, mais, alegremente, prepara-se para o amanhã.

3 - A vida do insensato é ingrata, encontra-se em permanente agitação. Está sempre voltada para o futuro.

4 - As virtudes se encontram, por sua natureza, contíguas a vida feliz. A vida feliz é irrealizável sem elas.

5 - A justiça não existe só em si por em por si. Ela exsurge das relações intersubjetivas, em qualquer tempo e lugar em que haja um pacto de não produzir nem de sofrer danos.

6 - Entre animais que não podem fazer pacto para não provocar nem sofrer danos, não existe justo nem injusto.

7 - Lei que não favorece o bem da com vivencia é injusta

8 - Viva desconhecido.

9 - A serenidade espiritual é o futuro máximo da justiça. 

10 - O justo é sempre sereno; o injusto é sempre perturbado.

11 - As leis existem para os sábios, não para coibi-los a cometerem extravagancias e, sim, para protege-los de serem alvejados pela injustiça.

12 - De todas as coisas que a sabedoria proporciona para a felicidade, a maior é a aquisição da amizade.

13 - Toda a amizade é desejável por si mesma.

14 - Devemos escolher um homem bom e te-lo sempre diante dos olhos para vivermos como se ele nos observasse.

15 - Não é ao jovem que se deve considerar feliz e desejável, mas ao ancião que viveu uma bela vida.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Verdade, Omissão e Mentira - Parte #1

Para começar eu gostaria que imaginassem uma situação onde você tivesse que tomar uma atitude frente a um questionamento ou postura e para isto houvessem três opções, sendo elas: a verdade, a mentira e a omissão, agora me proporei a simplesmente refletir sobre as possíveis motivações e consequências dessas três opções.

Mentira: Durante muito tempo fui fascinado pela mentira, em especial pela tamanha astúcia e habilidade do mentiroso para realizar a façanha de tornar real aquilo que nem sequer chegou a existir, mas comecei a notar que essas pessoas contavam dois tipos de mentiras, as brancas ou sociais, que servem para que mantenhamos a coesão social no dia a dia e as mentiras elaboradas com a intenção de se enganar, ludibriar, mas em ultima instância de se proteger de algo real ou não que ele tema, entretanto o maior problema da mentira é a criação de continuidades alternativas para as histórias, que as vezes o próprio mentiroso passa a confundir com a realidade e isso pesa um bocado, todos aqueles que mentiram, ao menos uma vez, já sentiram o distinto peso de ser obrigado a continuar a mentir para não cair em contradição, fatidicamente os resultados raramente são satisfatórios e por favor, não entendam isso como um julgamento moral, são apenas resultados de observações esparsas e experiência própria. 

A mentira geralmente é provocada pelo instinto de auto-preservação que possuímos ou pelo medo de perder algo que deverás gostamos, resgate na memória algumas das mentiras que já contou e agora me diga, a maioria se encaixa ou não nestas categorias?

Caso elas se encaixem eu tenho apenas mais uma pergunta, as mentiras que você contou quando era criança ou adolescente tem algum tipo de peso sobre a pessoa que você é hoje? Será que hoje você mentiria para sua esposa, namorada ou pais, sobre ter chegado atrasado ao trabalho, assim como você, provavelmente, mentia sobre seus atrasos na escola ou ainda hoje quando quebra um copo ou prato você nega veementemente isto?

Provavelmente, hoje em dia, estas situações não lhe causem temor ou a sensação de uma iminente perda de algo importante, como um brinquedo favorito ou o vídeo-game, hoje você diria a verdade simplesmente, mas talvez não agiria dessa forma em situações atuais como o término de um relacionamento ou a justificativa de falta que dá ao seu chefe, pois estas situações lhe causam medo e a sensação de iminente perda de algo importante para você, desta forma pessoas que se conhecem pouco e refletem pouco sobre o mundo que as cercão tem maior probabilidade de mentirem do que as que investem em auto-conhecimento e refletem sobre o mundo de maneira efetiva?

É provável, entretanto em última instância não se pode esquecer o aspecto necessário da mentira, por exemplo, levando-se em conta o aspecto moral da mentira, que é tida como pecado pela religião e em muitas famílias é severamente punida, nós podemos observar pessoas que geralmente abrem mão de mentirem em situações nas quais não dispõem de outras ferramentas para lidar com a situação, acabam entrando em grande sofrimento e vivenciando o mundo como um lugar amedrontador.

A mentira no desenvolvimento do ser humano possui um lugar inquestionável, não a acho desnecessária, apenas acredito que ela possa ser substituída por outras formas de resposta mais adequadas conforme nos desenvolvemos e evoluímos, o problema é que acaba-se achando que a mentira é algo necessário, mesmo depois que ela já não é mais e acabamos por mante-la por mais tempo do que realmente precisamos. 

Este é um tema bastante complexo e obviamente não fui capaz de cobrir uma grande extensão dele, mas não pretendia ir além do que suscitar a boa e velha reflexão sobre um tema que as vezes enxergamos de uma maneira tão desgastada que pode ser que valha a pena dar-lhe novas roupagens. 

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Diário de um Psicólogo #5

Trabalho com idosos há algum tempo e definitivamente tem se tornado uma das experiências mais gratificantes que tive até hoje, pois ao me relacionar com eles sinto-me doando algumas coisas que as pessoas mais jovens não atribuem muito valor, talvez por terem em demasia, acho que a vida, assim como o mercado, segue as leis da oferta e da procura, o valioso de alguém geralmente o é por sua escassez, se o ouro não fosse raro, nós o teríamos em panelas e não em cofres, acredito que essa seja a origem da fatídica sensação de não achar que deu valor o suficiente para algo até perde-lo.

Ao me relacionar com pessoas que estão vivenciando os seus últimos momentos, pego-me constantemente a questionar o significado do que fazemos, coisas banais como assistir televisão e dormir sem hora para acordar, até coisas importantes, como alguns relacionamentos importantes repletos de compromissos com aqueles que amo, entretanto na maiorias das vezes encontro-me num beco existencial, onde o sentido da maior parte das coisas que faço se esvai.

O hábito reina! O problema não é necessariamente o habito, mas aquilo que faço simplesmente por fazer, sem refletir e muitas vezes sem consciência do querer, consome meu tempo, tempo que é valioso e a cada segundo mais raro, fico indignado com o hábito de desperdiçar o tempo que nos resta com coisas que simplesmente são atitudes mecânicas com pouco ou nenhum significado.

Quer saber quais são alguns desses hábitos?
Chegar em casa e imediatamente ligar a televisão ou o computador.

Abrir o Facebook constantemente para verificar as atualizações. (Celular, Computador, Trablet...) 

Fazer os mesmos caminhos, ignorando a possibilidade de novos e mais belos trajetos até o trabalho, casa, faculdade e até mesmo a padaria.

Ouvir, ler ou assistir algo desagradável com a desculpa de que não tem algo melhor.

Beber e Fumar...

Dentre muitos outros que se apresentam nas mais diversas situações e intensidades, mas o que realmente importa é que são realizados de maneira quase que involuntária, inconsciente e irrefletida, com dois resultados inevitáveis.

Primeiro: Somos parte da influência do meio, assim como somos influenciados por ele, portanto ao realizarmos atividades de maneira automática e irrefletida estamos contribuindo para os que compartilham do mesmo meio que nós sejam influenciados a fazerem o que fazemos.

Segundo: A intensidade e a frequência do comportamento habitual em questão o faz intensificar-se, quanto mais se bebe, assisti televisão ou verifica-se atualizações no Facebook, maior é a tendencia de se passar a fazer isso com mais intensidade e frequência, desta forma aprisionando-se numa espécie de gaiola sem grades construída por você mesmo pouco a pouco.

Portanto qual é o valor que você confere a sua própria vida? O que seu tempo limitado sob a terra significa para você? Quais hábitos o encarceram e o impedem de viver uma vida livre e plena de sentido?

Esta são perguntas que infestam meus pensamentos e inquietam-me de maneira sem igual.

O melhor momento para se fazer algo em relação a um hábito que te engaiola é agora, pois este é, sem dúvida, o maior presente que o Senhor do Tempo nos deu.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Diário de um Psicólogo #4

Enfim formado!

Depois de cinco anos estudando posso ser chamado definitivamente de psicólogo, mas algum tempo depois do êxtase que senti nos dias que se sucederam a formatura eu me surpreendi em questionamentos acerca do que realmente estava acontecendo, será mesmo que estar graduado em psicologia me torna um psicólogo?

A graduação foi uma experiência incrível, que me possibilitou o contato com aquilo que havia de mais humano ao meu entorno e em especial com o que havia de mais humano em mim, a maior riqueza que levo comigo é a certeza de que existe muita riqueza ainda a garimpar no mundo...

Retorno ao questionamento mais realizado nos últimos cinco anos...

Mas o que faz um psicólogo?

Acredito que a resposta, em essência, não seja muito diferente da de qualquer outro profissional, realizamos tarefas compatíveis com o campo de ciência que estudamos, mas da mesma forma que um engenheiro pode construir uma ponte para unir pessoas, também pode construir bombas para mata-las e é neste viés em que a verdadeira resposta se encontra.

O que faremos com o que estudamos?

Pois em última instância existem poucas opções... 

Ou ajudamos as pessoas, ou as prejudicamos. Você pode questionar que certamente deva existir uma posição neutra, que não o comprometerá com responsabilidades desse tipo, entretanto não há, somos inevitavelmente corresponsáveis por aqueles que nos cercam e ter em mãos um poder capaz de ajudar as pessoas, mas optar por não fazê-lo é o mesmo que prejudica-las.

Portanto eu desejo que minha consciência em relação as minhas responsabilidades se ampliem e eu seja cada vez mais capaz de fazer uma diferença significativamente positiva na vida das pessoas que me cercam, independente se forem meus clientes, amigos, familiares ou desconhecidos, pois todos fazemos parte de um todo muito maior.


Sou um otimista irremediável e acredito piamente que a vida pode ser muito boa se entendermos que a felicidade só é verdadeira quando compartilhada.


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Diário de um psicólogo #3


Este é um fragmento da avaliação que escrevi para o estágio voluntário que realizei neste semestre, participei com outros psicólogos da realização de atendimentos à adolescentes de 10 a 20 anos em uma Unidade Básica de Saúde, a experiência foi muito enriquecedora e gostaria de compartilhá-la.

“(...) Aprendi que na prática as perguntas são mais importantes do que as respostas, fato que de inicio era um pouco constrangedor, pois na faculdade somos doutrinados a nós aprofundar em busca de respostas e somos avaliados pelas mesmas, entretanto na clínica a pergunta se torna o mais valioso instrumento, seu manuseio é minucioso e sua calibragem difícil, com o tempo percebi as variáveis que envolviam as perguntas que eu realizava aos meus clientes, eram tantas, tom de voz, postura, olhar, não direcionar as resposta, respeito pela individualidade, tempo de resposta, adaptação do vocabulário e isto me fez perceber o quanto eu tenho a aprender e sempre terei.

Tentando margear a imparcialidade, considero meu desenvolvimento modesto, não acredito que eu seja um prodígio da psicologia clínica, por tantas vezes estive ansioso, cometi erros dos mais banais, deixei que a preocupação do próximo passo não me deixasse entregue a situação terapêutica, impedindo que uma relação verdadeira de ajuda se estabelecesse, atribuo isto a dificuldade de estabelecer vínculos duradouros com meus clientes, algo que demorei para aceitar e admito uma certa dificuldade mais profunda e pessoal neste campo.

Tornei-me mais humilde, nunca sofri imposição ideológica, em nenhum momento tentaram argumentar a favor de uma orientação teórica especifica, sempre argumentamos a favor do restabelecimento e integridade de nossos clientes, utilizamos as técnicas e teorias que melhor correspondiam ao momento de vida daquele ser humano único que atendíamos, sempre fomos flexíveis e a isso tenho muito a agradecer (...).”

Mais que horas e horas de estudo, necessitamos de oportunidades, aceitação e experimentação para que possamos nos desenvolver adequadamente e realizar as atividades que nos propomos com excelência.

A todos aqueles que leem meu diário, obrigado! 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Nosce te ipsum - Conhece-te a ti mesmo





Conhece-te a ti mesmo também conhecido pela tradução em latim, “nosce te ipsum” é um aforismo grego que segundo a tradição estaria inscrito na entrada do Oráculo de Delfos, na Antiga Grécia.

“Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo.”
Inscrição no oráculo de Delfos, atribuída aos Sete Sábios

"O man, know thyself and know the gods and the universe."
Enrollment in the oracle of Delphi, attributed to the Seven Sages

"Oh hombre, conócete a ti mismo y conocer a los dioses y el universo."
La inscripción en el oráculo de Delfos, atribuida a los Siete Sabios

É uma pedra-angular da filosofia de Sócrates e do seu método, a maiêutica. O oráculo do templo teria proclamado Sócrates o homem mais sábio da Grécia, ao que Sócrates teria respondido com a célebre frase: "Só sei que nada sei".

A auto-reflexão, expressa no nosce te ipsum - "conhece-te a ti mesmo" - põe o Homem na procura das verdades universais que são o caminho para a prática do bem e da virtude.

Na psicologia pode-se levar em consideração o “conhece-te a ti mesmo” como o objetivo a se alcançar durante o processo psicoterapêutico, independentemente da abordagem teórica. Conhecer-se é a dificuldade da grande maioria das pessoas, considero que seja um determinante extremamente importante relacionado à qualidade de vida das pessoas em geral, mas desconsiderado como tal, por nossa cultura.